Milange acolhe palestras sobre casamentos prematuros

O distrito de Milange, província da Zambézia acolheu duas palestras sobre casamentos prematuros, tendo envolvido 60 participantes divididos em dois grupos, sendo o primeiro constituído por 20 líderes comunitários em representação das estruturas locais e o segundo grupo constituído por 40 mulheres provenientes de diferentes sectores de atividade.

O objetivo geral destas palestras foi consciencializar as comunidades rurais acerca dos riscos dos casamentos prematuros, especificamente realizar conversas e discussões ao nível dos membros influentes da comunidade. 

As duas palestras foram promovidas pelo MIHER – Instituto Moçambicano de pesquisa e educação em saúde e pelo gabinete da esposa do governador da Zambézia e tiveram como oradora, a diretora provincial do género, criança e acção social, Sebastiana Gemusse.

Durante as apresentações, a oradora referiu que Moçambique tem uma das maiores taxas de casamentos prematuros no mundo encontrando-se na décima primeira posição a nível global e na décima posição em África. A nível da África Austral e Oriental, Moçambique ocupa a segunda a posição. 

Cerca de 12.6 milhões de crianças (de acordo com o censo de 2007) representando mais da metade da população (52%) e perto da metade deles casaram-se antes dos 18 anos com respectivas famílias vivendo nas zonas rurais, sendo que nas regiões centro e norte do país há maior tendência de as famílias mais pobres praticarem casamentos prematuros. 

Sebastiana Gemusse debruçou-se em volta das causas que levam famílias a optar pelo casamento prematuro e apelou aos participantes a reflectirem em torno delas, porque tem consequências, sendo algumas delas, a violência doméstica, lesões por fistulas obstétricas que limita as raparigas e mulheres de realizarem suas atividades sociais e prejudica suas relações, doenças de transmissão sexual, dentre outras.

Os participantes das palestras disseram que ficaram mais esclarecidos acerca dos riscos dos casamentos prematuros nas comunidades rurais e recomendaram que mais palestras desta natureza sejam realizadas envolvendo lideres religiosos, adolescentes e estudantes do ensino secundário, assim como desenvolver acções a tomar os devidos cuidados para com alguns conteúdos mediáticos expostos na sociedade.

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